Futurista é o mínimo que se pode dizer deste trabalho de Herbie Hancock, normalmente enquadrado no contexto do movimento de fusão jazz-rock do início dos anos 70. Sublinhe-se fusão jazz-rock (e não rock-jazz), porque a direcção do movimento é relevante na qualidade da música produzida. Quebrando fronteiras no domínio do jazz, muitos músicos com reputação estabelecida, como Miles Davis ou Herbie Hancock, enveredaram por sonoridades rock e funk, tingidas de influências exóticas, nomeadamente das Caraíbas, da América do Sul e de África.No caso de Herbie Hancock, Head Hunters constitui uma abordagem radical a este movimento, pela utilização de múltiplos sintetizadores, marimbas e diversos instrumentos de percussão de raiz africana. O álbum é caracterizado por extensa improvisação, como é típico do jazz, mas a sonoridade original fornecida pela diversidade de instrumentos contribui para que essa improvisação soe mais a um delírio de funk alucinado do que um quinteto de standards de jazz.
É hoje plenamente reconhecido que os temas Chameleon e Watermelon Man foram o ponto de partida da carreira de muitos músicos actuais, como foram os casos de Jamiroquai ou US3. Mas a extensão do impacto de Head Hunters pode chegar até ao bem conhecido duo francês de música electrónica Air, como é visível no tema que encerra o álbum, Vein Melter.
Nota: Depois de quase 50 milhões de cópias vendidas, a escolha óbvia para 1973 era The Dark Side of the Moon dos Pink Floyd. Podem ler uma crítica a este disco aqui.
Projecto 200 anos de música. A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão.
The Dark Side of the Moon
ResponderEliminarum dos melhores do séc. XX...
Abraço.
Sem dúvida, Ruela! Para mim, é uma das obras-primas de sempre da música. A maioria das pessoas nem sequer imagina como o disco foi criado. Se imaginasse... concordaria connosco!
ResponderEliminar:(
ResponderEliminarFernando, nada que seja aparentado ao jazz consegue agradar-me. Não sei porquê, ou antes, sei; não sei é explicar... troca-me toda por dentro, desarruma o que eu sou, ou como eu sou, fico com o pensamento vesgo. Provavelmente não é música aconselhável a doidos! :)))
(Excepção: jazz quentinho dos anos 20)
Mas aplaudo a escolha pela originalidade.
E concordo contigo e com o Ruela quanto ao Dark Side, mesmo sem saber como foi criado :)
Se te referes aos recursos de estúdio, efeitos, samplers, etc, - mais propriamente, naquela altura, à precariedade ou falta dos mesmos - penso que é assombroso o resultado e que o álbum parece muitíssimo mais recente!
Gosto muito de ter outra vez tempo para passar aqui!
Dark kiss
Morgana: O jazz é um género muito vasto, aliás, tal como qualquer outro. Durante o século XX escolhi uma selecção do melhor e do mais marcante. Depois dirás de tua justiça. Lá chegaremos...
ResponderEliminarQuanto ao Dark Side of the Moon, tu afinal sabes como foi criado e é exactamente a isso que me refiro!