Uma amplitude vocal inacreditável, uma atitude de desafio e música pop electrizante levaram à glória Billy Mackenzie e Alan Rankine, a banda que ficou mundialmente conhecida como The Associates. Nasceram em 1979, mas o reconhecimento só chegou em 1982 com o álbum Sulk, uma obra-prima da música pop, admirada por nomes tão diferentes quanto Marc Almond ou Siouxsie Sioux.
Billy Mackenzie cantava com uma intensidade rara, oscilando entre falsettos quase impossíveis nuns momentos e uma voz quase cavernosa noutros. White Car in Germany demonstra estes extremos. Noutro contexto seria apenas mais um exemplo de música euro-trash, tipo Modern Talking ou Bananarama, mas na voz de Billy, naquela voz que parece vinda do além, transforma-se numa peça de música pop sinistra, se é que o rótulo faz sentido...
Na sua fase mais extravagante, os Associates praticavam um pop melódico e energético, com rumores rampantes de falsettos movidos a hélio. Tudo a contribuir para a projecção de Billy até à eternidade. Em termos de letras e música, existem curiosas semelhanças com António Variações, mas já em termos visuais foi em Marco Paulo que pensei. Vejam 18 Carat Love Affair para avaliarem o "Marco Variações" escocês...
Os Associates dissociaram-se em 1984 e Billy segui uma carreira a solo com sucesso intermitente durante a década seguinte.
Billy Mackenzie cometeu suícidio por overdose em 1996.
2 comentários:
Prova, provada que do UK vem o melhor e o pior. Efectivamente, um verdadeiro "Marco Variações".
Diria antes um Oscar (Wilde)Variations ... ;-)
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