sexta-feira, agosto 01, 2008

1979. London Calling - The Clash

Certo dia, no meu 8º ano, entra na minha sala um colega com um triplo álbum em vinil. Um triplo álbum?! Mas que banda teria semelhante coragem? Era Sandinista!, dos sempre corajosos The Clash. Corajosos a cobrar o preço de um vinil simples pelos seus duplos e triplos álbuns. Corajosos a assumir que o punk tinha começado em 1976 e acabado em 1977 e que o melhor era evoluir.

Nas festas de garagem dos meus 18 anos, London Calling, Spanish Bombs, The Guns of Brixton e Train in Vain eram temas de passagem obrigatória, numa altura em que a adolescência procuram viver o dia-a-dia despreocupadamente e sem expectativas em relação ao futuro. Pop, rock, reggae e ska dominam toda a obra, mas a mistura de géneros que os The Clash eram capazes de colocar em disco só atingiria o seu zénite em Sandinista!

London Calling é considerado pela generalidade dos críticos um disco perfeito. Na reedição que celebra os 25 anos do disco, a sempre exigente Pitchfork Media dá-lhe a pontuação perfeita (10.0). Na minha opinião, é o melhor disco feito por uma banda punk-rock (supostamente). Apresenta temas musicalmente fortes, sustentados numa fusão dos géneros pop, rock e reggae, e aborda os assuntos mais delicados no momento conturbado em que Margaret Thatcher assume o poder: desemprego, drogas, violência interracial e terrorismo independentista. É um excelente manifesto político, no qual a violência das letras se sobrepõe à suposta violência do punk. Em London Calling, os Clash transformam-se numa banda para quem a mensagem é mais importante do que o nihilismo do punk, e esse é, certamente, um sinal de inteligência.

The Clash - London Calling


The Clash - Rudie Can't Fail


The Clash - Train in a vain


Projecto 200 anos de música. A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão.

3 comentários:

Nuno Gonçalo Poças disse...

É dos meus favoritos. Óptima escolha.

Ruela disse...

tenho esse dos Clash,
muito bom.

Ruela disse...

...aliás tens aqui publicadas
muitas das minhas bandas preferidas


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