quinta-feira, dezembro 21, 2006

Os Piores e os Assim-Assim de 2006

Antes da lista final dos 10 melhores cds de 2006, deixo-vos com "os outros"; aqueles cds que comprei, mas que estão longe de satisfazer ouvidos mais exigentes. Esta lista inclui:

1. As desilusões: aqueles artistas que fizeram obras de grande qualidade no passado, mas que enveredaram pelo caminho do facilitismo e/ou sucesso fácil, produzindo trabalhos abaixo ou, nalguns casos, francamente abaixo do nível anterior.
Os Mojave 3 já fizeram música pop-rock quase perfeita, mas Puzzles Like You é um disco acomodado e desinspirado. É a primeira obra medíocre de Rachel Goswell, Neil Halstead e Ian McCutcheon, e não posso deixar de sentir saudades dos primeiros dois trabalhos dos Mojave 3 ou dos fabulosos Slowdive.
Os Lambchop são um caso mais preocupante. A banda tem um passado de excelência, mas uma certa obsolescência começou a instalar-se desde o anterior AwCmon/NoyouCmon. O título do último - Damaged - é uma estranha premonição do fim da carreira da banda de Kurt Wagner.
Quanto a Peter Murphy, depois de ter dividido crítica e fans com o anterior Dust (que pessoalmente considero fabuloso), apresenta agora uma obra menor e que, felizmente, quase passou despercebida. Depois de uma obra demasiado centrada num rock desinspirado, já não sei o que posso esperar da próxima...

a. Puzzles Like You - Mojave 3
















b. Damaged - Lambchop












c. Unshattered - Peter Murphy













2. Os assim-assim: cds que têm qualidade, mas não a suficiente para aceder ao top 10. Depois de assinar em 2005 um cd a rondar a perfeição, era difícil pedir algo melhor feito com extras e versões desse tempo passado em estúdio. The Avalanche é, apesar disso, um bom trabalho e que demonstra que, mesmo nos restos, Sufjan é brilhante.
Os Legendary Pink Dots têm mais de 20 anos de carreira e, quando assim é, a novidade começa a ser escassa. No entanto, os LPD são representantes de um estilo musical invulgar, que mistura sons electrónicos alternativos com letras que descrevem cenários fantásticos e "do outro mundo". É um disco difícil, mas os LPD nunca foram uma banda fácil...
Enquanto cantor-compositor, Josh Rouse segue a linha do melhor da velha guarda (de Joni Mitchell a Leonard Cohen) e Subtítulo demonstra que Rouse continua em forma. As suaves melodias, a instrumentação delicada e as letras que cantam o amor e as suas angústias permanecem no ouvido e garantem a audição continuada sem enfado.
Isobel Campbell (dos Belle and Sebastian) e Mark Lanegan (dos Screaming Trees) formaram uma invulgar parceria musical, a fazer lembrar os duetos dos anos 60 de Lee Hazlewood com Nancy Sinatra. Qualquer coisa entre o cowboy saloon e o bordel, entre a voz delicodoce de Isobel e a voz rouca e carregada de whiskey de Mark. Se houvesse um décimo primeiro classificado...
Em Montréal vive a mais inspirada geração de músicos do chamado pós-rock. Eric Chenaux faz parte desse colectivo alternativo e apresenta aqui um cd de estreia a prometer muito. Temas desconcertantes, adornados com violino e banjo (!), para além dos tradicionais, numa banda que estende as sonoridades da editora Constellation Records para novas paragens.
Por último, Jessica Bailiff editou Feels Like Home, que mantém a linha já demonstrada nos dois trabalhos anteriores. Muito centrado na voz e guitarra eléctrica, este disco tem o mérito de ser curto, directo e simples, evitando arranjos excessivos que prejudicariam a mensagem da autora. Uma carreira para continuar a acompanhar na editora Kranky Records de Chicago.

a. The Avalanche - Sufjan Stevens












b. Your Children Placate You From Premature Graves - Legendary Pink Dots













c. Subtítulo - Josh Rouse














d. Ballad of the Broken Seas - Isobel Campbell & Mark Lanegan












e. Dull Lights - Eric Chenaux















f. Feels Like Home - Jessica Bailiff




2 comentários:

Uxka disse...

Psssiu... Feliz Natal!!!

bitsounds disse...

concordo plenamente quando aos Mojave 3, o Neil Halstead ainda tentou a solo mas tb n resultou.
Os lambchop não estão assim tão mal, as canções ao vivo na aula magna soaram muito bem, ainda há esperança ...
O Peter Murphy já n tenho paciência ...