terça-feira, julho 22, 2008

1982. The Sky's Gone Out - Bauhaus

Nunca houve uma banda igual. Muitos tentaram imitá-los, mas sempre com resultados patéticos. Apesar do que muita gente possa afirmar, The Sky's Gone Out é um excelente álbum, de uma banda incapaz de fazer qualquer coisa de mau. Ok, talvez In the Flat Field (1980) e Mask (1981) sejam discos mais coerentes e musicalmente conseguidos, mas The Sky's Gone Out foi o primeiro que ouvi. Por isso mesmo, foi também o mais marcante.

A abertura com Third Uncle, escrita por Brian Eno, debita energia e uma batida invulgarmente pop. Ouvir Spirit na mesma sequência de Rock the Casbah dos The Clash transporta-me para as festas loucas dos meus 17/18 anos, em que tudo era dançável... e possível!

Silent Hedges é Bauhaus em versão ameaçadora e enigmática: "Following the silent hedges / Needing some other kind of madness / Looking into purple eyes / Sadness at the corners / Works of art with a minimum of steel", com Peter Murphy a berrar "Going to hell again... again... again..." A mistura de guitarra acústica, letras sinistras e voz carismática cria o ambiente sonoro original que justifica o epíteto de inimitável.

O disco é igualmente conhecido pelos momentos de experimentalismo arrojado, como em Swing the Heartache, The Three Shadows ou Exquisite Corpse. Não é música comercial. Nada que possa ser ouvido regularmente nas estações de rádio de grande audiência, mas faz as delícias das rádios universitárias, sempre em busca de surpreender novos ouvintes com terrores nocturnos vindos do passado. Os Bauhaus não são apenas uma banda gótica; são A BANDA GÓTICA POR EXCELÊNCIA!

Projecto 200 anos de música. A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão.

3 comentários:

Anónimo disse...

OII gosteii...adoro musica tambem!!

violeta13 disse...

excelente projecto que aqui começa! bonne chance!
no que respeita a este álbum em específico, foi também muito importante para mim. não quando foi lançado (tinha apenas 8 anos!), mas cerca de uma década mais tarde.
um abraço

Fernando disse...

Violeta: Obrigado pelo incentivo! Eu tinha apenas 11 anos quando este foi lançado, mas esta música é resistente ao tempo ;-)