sexta-feira, julho 04, 2008

1987. Kiss Me Kiss Me Kiss Me - The Cure

Comecei a ouvir The Cure aos 16 anos com este álbum. Embora Disintegration seja para mim o ponto mais alto da carreira da banda, foi com Kiss Me Kiss Me Kiss Me que comecei a conhecer e a amar The Cure. Haveria muitos anos, muitos discos e muitos temas para associar The Cure, mas este é o momento decisivo de mudança (para melhor, entenda-se) dos meus gostos musicais. Kiss Me Kiss Me Kiss Me foi lançado como duplo álbum de vinil, sem que isso se notasse na qualidade da música e das letras, o que indicia uma banda inspirada, em plena forma, e sem necessidade de compor música "para encher chouriços".

Para mim, como para tantos adolescentes dessa geração, Just Like Heaven representa o Amor inocente, intenso, repentino, que se ganha num momento e perde inexoravelmente no seguinte. A voz de Robert Smith é apaixonante, a melodia é arrebatada, o poema é perfeito. Sempre que ouço esta canção fico com pele de galinha! Não há meias palavras: Just Like Heaven é uma das melhores canções pop de todos os tempos!

A utilização abundante de sintetizadores, muitas vezes a lembrarem uma secção de cordas, contribui para um som mais preenchido que estava completamente ausente dos primeiros trabalhos originais da banda. Apesar de Just Like Heaven, Catch ou Why Can't I Be You? serem os temas mais conhecidos e assumidamente pop, o duplo-vinil acaba por transpirar uma certa esquizofrenia, incluindo temas na linha do introspectivo e pessimista Pornography como Torture, The Snakepit ou Fight. As relações amorosas são retratadas nas suas mais diversas formas: carnal (All I Want), espiritual (One More Time), sacrificial (Torture) ou surreal (Like Cockatoos).

The Cure - Just Like Heaven


Projecto 200 anos de música. A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão.

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