Os Love and Rockets tocaram na passada sexta-feira na edição do Porto do Super Bock Super Rock. Embora construída sobre a reputação dos Bauhaus, a banda teve coragem de fazer algo substancialmente diferente no seu primeiro disco: Seventh Dream of a Teenage Heaven. Não é que não adore Bauhaus, mas criar uma banda para repetir a mesma fómula não teria resultado. Em lugar disso, as paisagens sonoras dos Love and Rockets aproximam-se mais do rock-'n'-roll convencional, embora sem perderem alguma da aura de mistério que sempre envolveu os Bauhaus. (Nota: o único ponto negativo é a capa do disco. Simplesmente horrorosa!)
As melodias oscilam entre o pop psicadélico (A Private Future) e o rock-'n'-roll contemporâneo à la Jesus and The Mary Chain (The Dog-End of Day Gone By). Apesar de mais acessíveis em termos melódicos, os Love and Rockets mantêm um saudável desprezo pelo mainstream musical. A desconcertante alternância entre tons maiores e menores, como acontece em Haunted When the Minutes Drag ou em A Private Future, contribui para deixar a mente perder-se primeiro para se reencontrar um pouco mais adiante. Alguns temas têm registos próximos dos 8 minutos, o que ajuda a considerá-los "impassáveis" na rádio.
O ambiente sonoro do tema título do álbum - Seventh Dream of a Teenage Heaven - é sinistro, claustrofóbico e circular, exactamente à medida das frustrações da adolescência. Por último, há o inacreditável Saudade, aparentemente inspirado pela mais famosa palavra portuguesa que é impossível de traduzir. A introdução de uma secção de cordas em Saudade é de tal modo surpreendente, que no final do disco dá vontade de voltar ao início e para saborear novamente toda aquela substância musical exótica até ao climax final.
Projecto 200 anos de música. A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão.
2 comentários:
Quero saber quem vais escolhar pararepresentar 1980... Pensa bem, é um ano especialíssimo ;)
1980 é um ano de transição e há várias opções possíveis... Prometo que terei cuidado na escolha ;-)
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